O acesso em odontologia a partir da perspectiva do acolhimento em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre / Access to dentistry from the perspective of welcoming at a Health Unit in Porto Alegre

Introdução: O acolhimento em saúde bucal tem sido um importante dispositivo para aumentar o acesso dos usuários aos serviços de saúde e proporcionar um atendimento mais humanizado e respeitoso. A partir disso, é importante entender como vem acontecendo esta prática na realidade de uma unidade de saúde e como qualificar ainda mais esta forma de acesso. Objetivo: Avaliar como o acesso dos usuários acontece a partir da perspectiva do atual acolhimento em saúde bucal, que vem sendo realizado desde julho de 2017, em uma unidade de saúde em um serviço de atenção primária de Porto Alegre (Unidade de Saúde Nossa Senhora Aparecida ­ USNSA). Metodologia: A pesquisa é quantitativa observacional e transversal, realizada por meio de dados obtidos a partir dos acolhimentos odontológicos realizados no período de julho de 2017 a julho de 2018. Os dados foram analisados com o programa SPSS em sua frequência absoluta e relativa. Resultados e Discussão: Procuraram o acolhimento odontológico da USNSA 953 usuários do SUS. A segunda-feira foi o dia da semana mais procurado. Os primeiros horários, tanto do turno da manhã quanto do turno da tarde, foram os de maior fluxo de atendimentos das consultas de acolhimento. Com relação aos meses do ano, não houve diferença significativa quanto à procura. A queixa mais frequente foi dor. Dentre os usuários que procuraram acolhimento 90,1% foram atendidos pelos profissionais contratados. O número de acolhimentos realizados foi próximo ao número de primeiras consultas, demonstrando que as consultado dia são muito utilizadas pela população deste território. Conclusão: Com a avaliação das práticas de acolhimento em saúde bucal da USNSA, constatou-se uma grande utilização destas consultas pela população. Esse fato reforça a necessidade de continuar ofertando este tipo de acesso, sem deixar de garantir o agendamento de consultas que visa...(AU)

O conhecimento e o papel do agente comunitário de saúde de uma USF da zona rural na orientação do aleitamento materno e da alimentação no primeiro ano de vida

Este artigo visou identificar o conhecimento e compreender a percepção do Agente Comunitário de Saúde (ACS) quanto ao seu papel nas orientações sobre o aleitamento materno e alimentação no primeiro ano de vida. Trata-se de um estudo transversal e descritivo de abordagem quantiqualitativo, com Agentes Comunitários de Saúde em uma Unidade de Saúde da Família da Zona Rural de um município da Região Metropolitana de Porto Alegre. Teve como estratégia de coleta de dados um grupo focal e um questionário fechado. Os resultados identificaram dificuldades do ACS em orientar questões que exigem um conhecimento mais especializado em aleitamento materno e alimentação. Percebemos que seus conhecimentos são baseados em vivências pessoais e no saber popular. O ACS compreende e se percebe como um educador em saúde e reconhece as dificuldades relacionadas à deficiência de educações permanentes orientadas para o saber fazer de sua atuação

Endodontia no contexto da Atenção Básica: perspectivas e probabilidades

Este estudo tem por objetivo avaliar as endodontias realizadas em uma Unidade de Saúde do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Tratou-se de um estudo com base em avaliações clínicas e radiográficas dos tratamentos realizados no período compreendido entre os anos de 2004 a 2014. Identificaram-se 260 tratamentos endodônticos (dentes uni e birradiculares), dos quais foram realizadas 149 (57,0%) avaliações. A maioria dos examinados foram mulheres (64,4%), sendo a faixa etária predominante a de 40 a 59 anos (48,3%). A maioria dos dentes apresentou um canal tratado (71,1%), exigindo na maioria dos casos duas sessões de atendimento (67,1%). A endodontia de pré-molares totalizou 84 dentes (56,3%) sendo que estes também foram os dentes mais perdidos: dos 25 (16,8%) dentes ausentes no momento da avaliação, 18 (72,0%) foram pré-molares e, dentre estes, 10 (55,5%) correspondiam aos 1°s pré-molares superiores. No presente estudo o desfecho principal foi a permanência do dente em boca, de modo que a sobrevida dos tratamentos foi de 86,0%. O aspecto radiográfico foi passível de avaliação em 65 (52,4%) dentes. Por fim, vale ressaltar que analisar esta proposta de intervenção pode trazer contribuições para a criação de novos protocolos com o intuito de aprimorar a técnica em nível de Atenção Básica, bem como induzir a formulação de políticas públicas para tal fim

Aborto ilegal no contexto da atenção primária à saúde: narrativas de profissionais da saúde

Há recomendações internacionais relativas à garantia dos direitos sexuais e reprodutivos femininos que devem ser postas em prática pelos Estados. A Atenção Primária à Saúde é o principal meio de acesso ao Sistema Único de Saúde brasileiro e, dentre outras demandas, tem um importante papel no cuidado em saúde de mulheres em idade reprodutiva. A presente pesquisa se caracteriza por ser qualitativa exploratória e utilizar-se do instrumento das entrevistas narrativas para a obtenção dos dados. O objetivo foi conhecer as percepções e experiências de trabalhadores da atenção primária em saúde acerca do aborto ilegal. O tema escolhido se justifica pela escassez de estudos que enfoquem tal temática na perspectiva de profissionais da atenção básica. Foram entrevistadas sete profissionais de nível superior dos núcleos de Enfermagem e Medicina que atuam em Unidades de Saúde da APS vinculadas ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre. Devido a um contexto de criminalização verificou-se um silenciamento sobre o tema nas formações profissionais e nos locais de saúde que resultam em uma sensação de despreparo e insegurança frente às situações que envolvem o aborto ilegal. Ainda assim nas narrativas das profissionais foi possível perceber múltiplas possibilidades de atenção que envolvem um olhar ampliado sobre as situações, pautado nos atributos e características da APS como integralidade, longitudinalidade, coordenação do cuidado, acessibilidade, trabalho realizado em equipe e cuidado em saúde mental. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do GHC

Movimento e resistências na constituição de uma equipe de apoio matricial em unidade de saúde de Porto Alegre

Este escrito é parte de requisito para conclusão de Residência Integrada em Saúde, ênfase em Saúde da Família e Comunidade. Surge a partir da inserção da Psicóloga residente em uma Unidade de Saúde e da reorganização do processo de trabalho neste cenário de prática. A equipe da unidade reorganizou sua atuação em equipes de referência e uma equipe de apoio matricial. A pesquisa teve como objetivo analisar a constituição desta equipe de apoio matricial. Configurou-se como um estudo qualitativo, cartográfico, com uso de observação participante, diário de campo e grupos focais. A mudança organizacional foi se compondo processualmente. O novo arranjo produziu estranhamento ao mudar a estrutura, ao deslocar forças que ora resistem e ora impulsionam mudanças. Exigem novas relações entre profissionais, e entre equipes, mudanças na postura dos profissionais de apoio e na organização da residência. A partir disso, produz-se uma ambivalência nos modos de atuação que geram “certa confusão”, desencadeada pelo modo de inserção das residentes, de uma falta de projeto coletivo a respeito da função apoio matricial que dificulta reconhecimento da equipe de apoio, na ação baseada em uma “imagem de NASF” distante, bem como o processo de trabalho específico dos profissionais de apoio matricial. No entanto, estes três analisadores também se configuram como instituintes, pois produzem reflexão do processo de trabalho e mudança no mesmo, principalmente, a partir dos encontros entre as equipes e trabalhadores.

Produção de um novo formato de Acesso em Atenção Primária à Saúde: percepções de seus usuários

O acesso dos usuários a serviços de saúde, de forma facilitada e integral, tem sido centro de discussões para qualificar a Atenção Primária à Saúde. Dentre essas problematizações, têm-se abordado a percepção e satisfação dos usuários do sistema para adequar o trabalho prestado e, com subsídio do aporte teórico da Vigilância em Saúde - uma ferramenta auxiliar na reorientação do processo de trabalho, é possível integrar os cuidados prestados. Este estudo, de caráter qualitativo, visa analisar o processo de produção de novos formatos de acesso aos atendimentos programados na Unidade de Saúde Jardim Leopoldina (USJL), situada na zona norte de Porto Alegre (RS). Ao agregar a visão de usuários sobre o processo, a pesquisa busca contribuir com as mudanças produzidas nesse formato.

Análise do acesso em saúde bucal nas unidades de saúde do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição

O presente estudo tem como objetivo analisar o acesso em saúde bucal nas 12 unidades de saúde que integram o Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC/GHC) de Porto Alegre/RS, sob a perspectiva das equipes de saúde bucal (ESB).Para tanto foram realizadas entrevistas semiestruturadas em grupo focal com cada uma das ESB que integram o SSC/GHC. Também foram coletados dados in loco e dos sistemas de informação. Os dados quantitativos foram tabelados para fins de análise e os dados qualitativos foram transcritos e avaliados usando a análise de conteúdo proposta por Minayo (2014). Os resultados são discutidos em dois eixos gerais de análise que se referem ao acesso ideal e o possível no cotidiano dos serviços e a integração da saúde bucal no contexto da APS. Conclui-se que as ESB buscam atuar segundo as diretrizes do SUS e SSC/GHC, em modelos consonantes à PNSB e à PNAB. Entretanto apresentam dificuldades em garantir o acesso que consideram ideal, buscando aproximar as divergências no diálogo constante com os diferentes atores que compõe o processo e na reavaliação das práticas cotidianas. É importante salientar a característica formadora dos serviços avaliados, enquanto potência transformadora das práticas tanto assistenciais quanto formativas.

Processo de trabalho: interfaces do cotidiano de trabalho da enfermagem na Atenção Primária em Saúde

Resumo: No Brasil o exercício profissional da enfermagem está regulamentado pela Lei 7498/1986, que dispõe sobre as competências legais de cada um dos integrantes da equipe. A essência e especificidade da enfermagem é o cuidado ao ser humano, na família ou na comunidade, com ações de promoção e proteção, recuperação e reabilitação da saúde. O objetivo deste estudo foi conhecer o processo de trabalho de uma equipe de enfermagem do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição em Porto Alegre/RS. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu por meios de três grupos focais - um com técnicos e auxiliares de enfermagem, um com enfermeiros e um com toda a equipe de enfermagem. Os sujeitos do estudo foram os auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros de uma unidade de saúde do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC-GHC), do município de Porto Alegre. A análise e interpretação dos dados foram realizadas por meio da análise de conteúdo proposto por Minayo (2014). Foram estabelecidas duas grandes categorias para análise – Processo de trabalho da equipe de enfermagem e dificuldades e potencialidades do processo de trabalho da equipe de enfermagem. Dentre os principais resultados destacam-se a sobrecarga de atividades da equipe de enfermagem, a dificuldade da equipe de saúde em seguir os fluxos estabelecidos em reuniões de equipe, e como potencialidade da equipe de enfermagem e de saúde é que são abertas ao diálogo sobre o processo de trabalho e percebem na comunidade a valorização do trabalho da enfermagem.

A abordagem familiar segundo a percepção dos profissionais de uma estratégia de saúde da família

A centralização na família é um dos atributos que orientam o trabalho realizado na APS, tornando-se parte do cotidiano dos profissionais que a tomam como núcleo central das ações em saúde. Nesse sentido, realizou-se estudo qualitativo, descritivo e exploratório, que teve como participantes os profissionais de uma equipe da ESF da cidade Marau – RS, que teve como objetivo conhecer o que estes profissionais pensam sobre a abordagem familiar. Os dados foram coletados através de entrevista aberta e analisados a partir da análise de conteúdo. Entre os resultados encontrados, foi possível obter compreensões quanto ao significado da família para os participantes, assim como, a forma como a orientação para a família é realizada neste ESF e os obstáculos encontrados em sua concretização. Por fim, considera-se fundamental a possibilidade oferecida por este estudo em privilegiar a perspectiva dos sujeitos que se responsabilizam pelo cuidado com as famílias.

Auriculoterapia para profissionais de saúde: percursos possíveis da aprendizagem à implantação na Unidade de Saúde

Este trabalho aborda a “Formação em auriculoterapia para os profissionais de saúde da Atenção Básica”, oferecida através da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Ministério da Saúde, destacando a trajetória de implantação do atendimento de auriculoterapia em uma Unidade de Saúde do município de Porto Alegre/RS. A inserção das PIC - Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde configura uma ação de ampliação de acesso e qualificação dos serviços, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde da população; ademais, o espaço social das PIC tem valor antropológico e sua ascensão, juntamente com uma crise da atenção à saúde, reflete um cuidado à saúde mercantilizado e focado na doença, não no indivíduo e nas suas subjetividades. Trata-se de um relato de experiência em que a potencialidade está em compartilhar o impacto de uma formação em Auriculoterapia, repercutindo na implantação do atendimento em uma Unidade de Saúde da Família.

Programa de assistência domiciliar: a visão do cuidador

Em situações de doenças incapacitantes ou imobilidades físicas, causadas por doenças crônico-degenerativas ou causas externas, como acidentes e violências urbanas vê-se necessária a função de um cuidador no domicílio, para que auxilie o acamado em suas necessidades e atividades da vida diária. É neste contexto que a Atenção Primária à Saúde atua com sua equipe multiprofissional e atendimento domiciliar com integralidade e equidade ao paciente que necessita de cuidados não hospitalares. O objetivo principal deste estudo foi conhecer a percepção de cuidadores de pacientes atendidos por um Programa de Assistência Domiciliar (PAD) de uma Unidade de Saúde da Zona Norte de Porto Alegre acerca da assistência prestada por suas equipes, além de conhecer o perfil dos cuidadores destes pacientes, conhecer a vivência dos cuidadores com o atendimento do PAD da unidade e obter sugestões de melhorias ao Programa. 23 cuidadores responderam a um formulário sóciodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Foi verificado que o perfil de cuidador continua sendo da mulher, em especial cônjuge, com meia idade ou idosas. Os cuidadores, no geral, gostam do serviço prestado pelo programa, apesar de dificuldades e aspectos enfrentados no dia-a-dia da saúde pública. Os dados coletados neste estudo servirão para uma avaliação do PAD da unidade a fim de propor melhorias para o programa em questão.

Pré-natal odontológico: uma análise clínica e sócio-demográfica de gestantes pertencentes ao território de duas unidades de saúde de Porto Alegre

Trata-se de um estudo transversal quantitativo, que visou estabelecer o perfil sócio-demográfico e clínico-odontológico de gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde de Porto Alegre, Brasil. A amostra foi composta por 131 gestantes (totalizando 132 gestações) pertencentes ao território das Unidades de Saúde Jardim Leopoldina e Parque dos Maias. Foram analisados dados sócio-demográficos (idade, raça, escolaridade, bolsa família), dados de cuidado pré-natal (data de início do pré-natal, nº de consultas, e índice de Kessner modificado), e dados de cuidado odontológico (período gestacional de início do pré-natal odontológico, número de consultas odontológicas e conclusão /abandono de tratamento, CID e procedimentos realizados). As variáveis foram descritas em percentual e analisadas através do teste qui-quadrado. A maior parte da amostra foi composta por mulheres de 20 a 30 anos de idade, da raça branca, com ensino médio e que não recebiam o benefício Bolsa Família. Da amostra analisada, 85,6% tiveram o pré-natal adequado e 68,9% realizaram tratamento odontológico durante a gravidez. O CID mais frequente foi o de exame odontológico completo/ação programática e o código SIA-SUS mais frequente foi de 1° consulta programada. O presente estudo possibilitou o conhecimento de uma realidade local. Sugere-se a realização de mais estudos em relação a este tema.

Acolhimento: visão do usuário e dos trabalhadores de uma estratégia saúde da família do município de Marau/RS

O acolhimento enquanto diretriz da PNH reconhece o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde, isso ocorre através da escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário. O objetivo desse trabalho foi analisar o acolhimento na ESF São José Operário a partir da percepção dos sujeitos envolvidos, usuários e trabalhadores. Foram respeitados todos os princípios éticos. Trata-se de uma pesquisa de campo exploratória, com abordagem qualitativa. Os sujeitos pesquisados foram profissionais da área da saúde e usuários que utilizam os serviços da ESF São José Operário do município de Marau/RS. Foi convidado a participar um profissional por núcleo e dez usuários que passaram pelo acolhimento e que aceitaram participar da pesquisa. As entrevistas foram organizadas em categorias, dessa forma, foi possível identificar as percepções dos usuários e trabalhadores sobre o acolhimento atualmente realizado. O resultado da pesquisa vai possibilitar repensar sobre o processo de trabalho da unidade.

Análise de acesso e da utilização dos serviços odontológicos, por grupos não prioritários, de uma unidade de saúde do município de Porto Alegre durante o ano 2015

Objetivo: analisar quais seriam os possíveis fatores que levam os usuários a não finalizar o tratamento odontológico, a partir de pacientes participantes de um grupo de saúde bucal que buscaram tratamento odontológico durante o ano de 2015. Metodologia: Foi conduzido um estudo analítico transversal retrospectivo com abordagem quantitativa em que o instrumento de coleta foram os prontuários da população alvo da pesquisa. As variáveis investigadas e consideradas independentes foram: sexo, faixa etária, área de moradia, consultas anteriores, beneficiários do programa bolsa família e número de consultas agendadas, tendo como desfecho a variável tratamento completado. Resultados: a amostra foi composta por 222 usuários. Destes, cerca de 63% eram do sexo feminino, com idade entre 25 a 54 anos (42.34%), não beneficiários do bolsa família (91.89%). Cerca de 59% tiveram histórico de consultas anteriores e 54,5% finalizaram seus tratamentos. A análise dos dados através do modelo de Poisson demonstrou que indivíduos da faixa etária de 25 a 54 anos apresentaram uma prevalência 80% maior de não completar seus tratamentos (PR 1.80 [IC95% 1.13 – 2.88]) em relação aos indivíduos mais jovens (5 a 14 anos). De forma semelhante, o grupo com faixa etária maior que 65 anos apresentou uma prevalência 2.3 vezes maior de não finalizar o tratamento (PR 2.27 [IC95% 1.30 – 3.96]). Verificou-se também que Indivíduos que não foram encaminhados para consultas especializadas em odontologia apresentaram uma prevalência 2.2 vezes maior de não finalizar o tratamento odontológico (PR 2.20 [IC 95% 1.16 – 4.16]). No entanto, não foi observada uma diferença estatística com relação ao sexo (p=0.140) assim como quanto ao número de consultas agendadas (p= 0.518) no modelo final. Conclusão: a análise do acesso possibilitou o conhecimento da realidade local, configurando uma importante ferramenta para fins de planejamento

Produção do cuidado nas práticas clínicas em saúde bucal: encontros de diálogo, vínculo e subjetividades entre usuários e dentistas na atenção primária à saúde

INTRODUÇÃO: Mudanças nas políticas de saúde e educação promoveram avanços na reorientação da educação dos profissionais da saúde e das práticas de atenção à saúde no Brasil. A odontologia acompanhou esse movimento e a formação de dentistas no país foi reorganizada nas Instituições de Ensino Superior buscando um perfil de egressos aptos a atuar no Sistema Único de Saúde. Para responder ao desafio da formação e para alcançar a integralidade do cuidado, a clínica odontológica também precisa ser ‘ampliada’ no sentido de possibilitar que outros aspectos do sujeito, que não apenas o físico, possam e devam ser compreendidos e trabalhados pelos profissionais da saúde bucal. OBJETIVO: Analisar os sentidos atribuídos às práticas clínicas por dentistas da Atenção Primária à Saúde (APS) na produção do cuidado. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base fenomenológica (estudo de caso), realizado nas Unidades do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A coleta de dados envolveu a realização de entrevistas semiestruturadas guiadas por um roteiro de questões norteadoras com dentistas que atuam na APS e a observação não estruturada da rotina clínica desses profissionais com registros em diário de campo. A amostra foi intencional seguindo o critério da saturação teórica e da densidade do material textual produzido (n=11). O material textual das entrevistas e do diário de campo foram interpretados pela análise de conteúdo de Bardin, com o apoio do software ATLAS.ti (Visual Qualitative Data Analysis). Cada categoria emergente foi discutida tendo por base os conceitos de tecnologias leves do cuidado em saúde, clínica ampliada, atenção centrada no paciente e das Políticas Nacionais de Atenção Básica, Saúde Bucal e Humanização. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa da UFRGS e do GHC....

Demanda de ambulatório farmacêutico em atenção primária à saúde e as ações desenvolvidas pelo farmacêutico neste cenário de prática

Apesar da relevância da atenção farmacêutica, poucos são os trabalhos descrevendo as demandas pelo atendimento farmacêutico na Atenção Primária à Saúde (APS). O presente estudo tem por objetivo investigar as demandas por atendimento farmacêutico na APS e descrever as ações do farmacêutico neste cenário. A coleta dos dados foi realizada em cinco unidades de saúde, num período de quatro semanas, utilizando-se dois questionários estruturados avaliando o perfil dos usuários atendidos, a demanda por ambulatório farmacêutico e as ações desenvolvidas. Quinze pessoas foram atendidas, num total de 17 atendimentos, sendo a amostra composta principalmente por mulheres (60%), autodeclaradas brancas (66,7%), com até 8 anos de estudo (53,3%) e polimedicadas (73,3%). As consultas foram originadas, em sua maioria, por encaminhamentos da equipe de saúde (60%), sendo o médico responsável por 77,8% destes. Dúvidas específicas quanto ao uso de medicamentos e necessidade de seguimento farmacoterapêutico foram as demandas mais comuns (ambas com 40%). A revisão dos medicamentos foi a atividade mais realizada pelos farmacêuticos (88,2%), seguida por prestação de orientações gerais sobre o uso de medicamentos (76,5%) e uso de estratégias para aumento da adesão ao tratamento (52,9%). O farmacêutico também acionou outros núcleos a partir dos seus atendimentos: medicina, enfermagem, psicologia e serviço social. A presença do farmacêutico na equipe de saúde possibilitou o compartilhamento do cuidado, trabalhando no aprofundamento da integralidade e reforçando a busca pelo uso racional de medicamentos. Estudos mais robustos são necessários para melhor elucidar o cuidado ambulatorial farmacêutico na APS

Vinculo e logitudinalidade em APS: uma revisão integrativa da literatura

Sabe-se que o vínculo recebe um conceito polissêmico, e que ele está intimamente relacionado à longitudinalidade e ao acesso, dois princípios orientadores da Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: o objetivo deste estudo foi analisar, através do levantamento na literatura, os elementos que definem e interferem no vínculo, no contexto da APS. Metodologia: foi realizada uma revisão integrativa da literatura, que incluiu trabalhos na língua inglesa (universal), envolvendo adultos e abrangendo o período de 2006 a 2015 – as buscas foram executadas na base de dados PubMed, com a associação dos descritores “Patient Satisfaction” e “Professional-Patient Relations” (objetos de estudo) relacionados com os profissionais (como “General Practice”) e com os resultados produzidos “Object Attachment”, “Empathy”, “Patients/psychology”, “Trust” e “Continuity of Patient Care”. Foram selecionados e analisados 10 trabalhos – 2 que abordaram o processo de construção de vínculo, 4 que elencaram possíveis fatores que interferem no vínculo e 4 que levantaram a questão da satisfação geral do paciente com o cuidado. Resultados: a construção do vínculo depende, especialmente, de confiança e empatia – e sua manutenção exige longitudinalidade do cuidado, acesso, competência técnica (clínica) e boa comunicação, o que resulta em satisfação dos pacientes. Conclusão: vários são os fatores que compõem o vínculo, que é um componente extremamente complexo e multifacetado do cuidado em APS.

Qualidade da Atenção Primária à Saúde, em Unidades de Saúde da Família no município de Novo Hamburgo, percepção dos profissionais enfermeiros

A importância da Atenção Primária à Saúde (APS) é extensamente reconhecida, inclusive no protagonismo nas reformas de diversos sistemas. No Brasil essa lógica não foi diferente, onde a Estratégia de Saúde da Família foi proposta para reorganização da APS. É evidente que em países com forte presença da APS há melhores indicadores de saúde. Desta forma, neste estudo foi investigada a qualidade da APS no município de Novo Hamburgo, através da ótica dos profissionais enfermeiros inseridos nas Unidades de Saúde da Família (USF’s). As entrevistas foram realizadas de forma presencial, onde foram aplicados questionários para determinar o perfil dos profissionais e o PCATool-Brasil para profissionais de saúde para avaliar a qualidade da APS. Os escores geral, essencial e derivado encontram-se acima do escore mínimo preconizado (≥6,6). Entretanto, ao analisar individualmente os atributos essenciais e derivados, é notável a necessidade de adequações, como na acessibilidade e orientação comunitária. No perfil dos profissionais destaca-se o gênero feminino, idade média de 35 anos, raça branca, casados, com especialização na área de atuação e com tempo de atuação média nas USF’s de 24 meses. Os resultados evidenciaram que em Novo Hamburgo a APS apresenta maior qualidade, por consequência da presença e extensão dos atributos essenciais e derivados.

Residência Multiprofissional: tecnologia educativa para consolidação do quadrilátero da formação em saúde

Objetivo: Discutir a formação em residências multiprofissionais como tecnologia educativa que se orienta pelo quadrilátero da formação em saúde. Metodologia: Foram avaliados documentos orientadores, registros de espaços deliberativos e questionários de avaliação da ênfase Saúde da Família e Comunidade. As informações foram categorizadas pela análise de conteúdo. Resultados: A ênfase contempla, nas competências do egresso, habilidades que exigem o exercício da assistência, da gestão, da educação e do controle social. As avaliações permitiram a identificação de: elevada heterogeneidade entre os campos de formação; enfraquecimento dos espaços de controle social; pouca adesão da equipe na realização de atividades de educação em saúde; crítica acerca da “clínica tradicional”, centrada na doença e necessidade de reorganização da atenção por micro-áreas para proporcionar aos residentes o exercício da vigilância do território. Conclusões: A atenção à saúde constitui-se no elemento com maior organização e qualidade. O controle social mostra-se como elemento bastante fragilizado, espaço em que os residentes e preceptores têm empreendido energia para qualificá-lo. A educação em saúde é espaço de intensa participação da residência, mas fragilizado devido a pouca adesão da equipe. A gestão em saúde não foi estudada com profundidade devido à inexistência de um eixo de avaliação específico.

Um olhar sobre o trabalho do Agente Comunitário de Saúde: Relato de experiência em uma Unidade Básica de Saúde Comunitária

Este artigo apresenta a percepção sobre o trabalho de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Porto Alegre, a importância e o impacto de seu trabalho na equipe, com a comunidade e a realização do trabalho de forma interdisciplinar, visando ao atendimento da saúde integral à população. Aborda-se também um panorama da Atenção Primária aSaúde (APS) enquanto porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, que ressalta o trabalho dos ACS junto às comunidades como uma forma de atendimento integral aos usuários. O resgate de alguns dados históricos da criação do Programa de Agentes Comunitários em Saúde no Brasil, analisando a importância da mesma na formação de novas práticas profissionais no Sistema Único de Saúde. Neste sentido, não se pretende apresentar um modelo que deva ser seguido, mas sim compartilhar como se dá este processo em determinada UBS.